Fechados foram os dias, longos, num sotão, meu, num mundo de palavras escritas, minhas! Cadernos de letras amassados na Alma, diria!Nas noites de tempestade, era uma vela nua, de fusca luz, que me agarrava nas lágrimas e com estas apagava-me as letras, minhas dos cadernos! Pensamentos sós, meus, deambulavam entre tempos de soluços e de uma fronte que latejáva pingando, sem razões, sem porquês! Era criança ... de pouco ou de nada sabia ... de corpo e de alma pouco entendia!
De janelas abertas, pequenas eram e ainda no sotão! Observava o mar que não existia! Eram árvores que pendiam com o vento, uma! De mar muito pouco, a porta não se abria, era noite de madeira inchada! As janelas, do sotão, as árvores, uma, e o Vento arrancavam-me da alma o silêncio, meu, arrancava-me da memória a voz das palavras, dele. Palavras eram, prolongando o tempo de demora da porta fechada, prolongando o tempo da tela vermelha, dela e dela nua!
Eram medos do dia, do acordar, do meu, do abrir de uma porta, minha, do atravessar de um jardim, nosso, e de umas certas portas e corredor, dela! Também da voz e do corpo, dele! Agarrava-me ás pernas, dela, a vestida!
Ser criança é ser alma desnuda ... ser criança é ser corpo vestido! Nem sempre, nem todas as crianças são de corpos vestidos, hélas! E o corpo é escrito de palavras a grafite, enterradas nas entranhas de carne desnuda, poucas são as lágrimas que as apagam! Memórias de um corpo de criança eternas padecem!
Ainda no sotão, e já não era criança ... tão pouco corpo despido! Corpo amarrado, corpo perdido e as mémorias não se apagam, são de grafite!
Fora do sotão! E ser homem não podia!
Fora da Terra, e ainda homem não fui! Palavras de grafite do corpo não se apagam!
Dentro do corpo e com o corpo o adulto fui, foi outro, o homem, foi ele, o meu! Quem mais poderia ser?
E sim, afinal as palavras de grafite também se apagam, mas não de lágrimas, minhas, tuas, delas, deles!Não deixem que vos marquem o corpo a grafite, que vos invadem as entranhas dos vossos cadernos, mantenham-se vestidos de corpo e desnudas de alma!
Tão pouco marquem os corpos de criança, que não os vossos! Pois tristes serão os cadernos, vossos, e de golpes profundos serão escritas as palavras, nas entranhas, vossas!
Já se faz tarde em tempo de horas tardias! E para palavras de grafite, de amassados cadernos, o tempo já findou há muito! Incertas encontram-se as letras para os olhos que as lêem, poucas são as frases e ás cordas já lhes dei um nome! O nome dele, delas, e não de um outro, outros e não o meu!
Tão pouco marquem os corpos de criança, que não os vossos! Pois tristes serão os cadernos, vossos, e de golpes profundos serão escritas as palavras, nas entranhas, vossas!
Já se faz tarde em tempo de horas tardias! E para palavras de grafite, de amassados cadernos, o tempo já findou há muito! Incertas encontram-se as letras para os olhos que as lêem, poucas são as frases e ás cordas já lhes dei um nome! O nome dele, delas, e não de um outro, outros e não o meu!
A criança perdeu as amarras ao ser vestido, despido, por ele, o meu! O único que apagou a memória de grafite do corpo, meu! Do caderno amassado réstias sobejam, apenas!
Ele, o meu, é a liberdade, é a ternura, é a franqueza de ver, tocar e sentir as entranhas do corpo, minhas, meu, de homem!
Palavras? grafite?De que vos falo? Pouco importa ... já se faz dia e a porta que dá para o Mar encontra-se aberta, de par em par como as janelas, eram pequenas no sotão, as portas, minhas! E nos cadernos, meus, já escrevo poesia, minha a ele, à toi!
2 commentaires:
tbm gosto destaaa! :)
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Que as nossas palavras de grafite se transformem em cores guerridas como o som dos risos de crianças na praia. Um beijão de saudades.
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